Olá, pessoas.

Como vão?

Hoje é terça-feira, mais uma semana se iniciando e uma sensação nem tão legal se alojando. Hoje vim aqui para falar de algo um tanto quanto filosófico, mas que muita gente sente: solidão.

Rodeado de pessoas, ou não, há quem se sinta só neste mundo. Fase, ou não, todos passamos por isso, não há como evitar.

Sabe aquele fim-de-semana que você tá doido pra sair, mas todos os seus amigos já têm compromisso e você fica em casa vendo Zorra Total e Faustão, pois não tem com quem sair, e o quê fazer? Sabe quando você vai a uma festa e tá todo mundo se divertindo, dançando, rebolando e você parado olhando pras pessoas sem saber como se enturmar? Sabe quando você sente falta de pessoas que gostam de você de verdade por perto só pra ir lanchar no Bob's, ou ir ao shopping andar, experimentar roupa e não comprar, ou sentar no banco da praça e conversar? Sabe quando você quer ir pra algum lugar, mas não conhece ninguém que goste, e acaba não saindo por não querer ficar sozinho no meio da multidão de estranhos?

Pois é, gente.

Essa sensação existe e é mais comum do que podemos imaginar.

Eu, por exemplo, estou me sentindo assim ultimamente. Quero sair com umas pessoas, que não podem por já terem compromisso. Ou então tem um evento da Furacão 2000 e ninguém que eu conheço gosta de funk pra ir comigo, e acabo não indo por falta de companhia pra voltar pra casa depois e ser perigoso andar sozinha pelas ruas do Rio (e de qualquer outro lugar) de madrugada.

Sinto falta de alguém pra acompanhar-me nas minhas loucuras, nas minhas viagens inusitadas, pra rir comigo de qualquer coisa, que me veja, que me enxergue, que me apóie, que sinta orgulho de mim e vontade de estar sempre comigo. Sinto-me sozinha porquê não tenho comigo alguém ou alguéns que me façam sentir-me normal.

Sempre acho que sou errada, que tenho problemas, que estou ficando louca, por fazer coisas que esses meus amigos não fariam, ou por ser radical demais. Preciso de pessoas comigo que me façam ver que a minha "insanidade" é, ao mesmo tempo, natural, sã e boa pra mim, pois faço coisas que muitos não teriam coragem de fazer.

A solidão é uma coisa chata sim, ninguém gosta de se sentir sozinho. E essa é uma fase que eu não estou curtindo nenhum pouco, mas preciso passar por ela, assim como já passei por inúmeras outras que também não gostei, mas fui obrigada a passar para poder crescer.

Quando estiverem sentindo-se sozinhos, lembrem dessa frase, caros leitores: "E essa abstinência uma hora vai passar" (Pitty, Na Sua Estante)

Tenham todos um excelente final de setembro e um início de outubro maravilhoso!

Olá, pessoas.

Não sei se vocês acompanham meu Twitter, ou se sabem do meu fanatismo pela atriz Letícia Colin. A encontrei na Feira da PUC, aqui no Rio de Janeiro, e ela me disse que estava com um espetáculo no Rio, chamado O Despertar da Primavera, que se eu pudesse assistir seria muito bem-vinda. E eu, como fã, entrei em um surto psicótico e coloquei como meta da minha vida assistir ao espetáculo. Já tinha visto sobre em mídia exterior espalhada por toda a minha adorada cidade, mas saber que a Letícia Colin integrava o elenco foi como um plus a mais para que me fizesse tirar R$60 do bolso e ir ao teatro, mesmo quando eu não possuía essa quantia.

Eis então que a Agência Frog me convidou para assistir a este espetáculo (com todas as letras) que é O Despertar da Primavera. Se trata de um musical sobre relações dos adolescentes com o mundo que os cerca. Os pais, o primeiro amor, o primeiro beijo, a primeira vez, aborto, sexualidade, a importância da compreensão dos pais, as consequências dos atos, incesto e homossexualismo são os temas principais dessa obra de arte.

Produzido pela Möeller & Botelho, mesma produtora de Avenida Q (que eu já falei aqui no blog), O Despertar da Primavera mostra em cenas explícitas e, ao mesmo tempo, muito delicadas e bonitas, como é o despertar de um jovem para a vida adulta e as dificuldades que se passam pela adolescência.

Nesse musical eu pude ver a minha adorada Letícia Colin cantando pela primeira vez em sua vida (já que antes ela era só atriz, agora é atriz-cantora); Malu Rodrigues, de apenas 16 anos, dando o ar de sua delicadeza e pureza numa atuação impecável, passando emoção a cada cena e deixando todos à beira de um ataque de choro; Rodrigo Pandolfo fazendo todos rirem e chorarem, quererem levantar da cadeira e dançar com suas músicas, um artista completo! Sem sombra de dúvidas é um dos maiores destaques do musical, senão o maior. Não posso esquecer de citar também Pierre Baitelli (mais conhecido como Escobar, Cedrico e Edward), que faz par com Malu, por dar em cada cena a veracidade dos momentos como se ele realmente os estivesse vivendo. E para encerrar a rodada de destaques, Felipe de Carolis e Thiago Amaral protagonizam uma cena lindíssima, que varre um tabú grande em nossa sociedade: seus personagens, em meio a descoberta de seus corpos e sexualidade, se beijam. Isso mesmo! Um beijo gay no palco do teatro! Pra muita gente, um choque. Pra outra muita gente, admirável.

Não sei se é necessário dizer depois de tudo o que falei nesse post, mas direi mesmo assim.

Toda pessoa que zelar pela arte, pela cultura, pelo não-preconceito, por problemas sociais, por juventude, por entender o que vivemos quando nós éramos adolescentes e não tinha um manual de instruções para nos dizer o que fazer e que isso era completamente normal, para pais que não sabem como lidar com os filhos que estão nessa fase, ou simplesmente para você que, como eu, aprecia um trabalho bem feito, precisa assistir O Despertar da Primavera.